5 de out. de 2016

A Liberdade do Suicídio | Piity Manson

Eu estou aqui, decidida a acabar com a minha dor, eu não queria ter que acabar com a minha vida junto com a dor, mas não encontrei outra solução. A quem ler não diga que não tentei, pois tentativas moldaram a minha vida nos últimos anos. Não tenho sinceras desculpas quanto a tudo isso, minha vida tá um caos, todos os dias, pessoas entram e saem da minha vida, me sinto uma porta giratória no seu modo infinito, ninguém dia mais adeus, elas simplesmente se vão… Eu sofro cada vez mais a cada partida, e é de certa forma até engraçado como eu acho que não pode piorar mais sempre piora, eu não suporto mais sofrer, é algo que não consigo mais, eu tenho pensamentos absurdos todos os dia, e cheguei a tal conclusão do suicídio, eu não sei dizer uma definição certa, eu não tenho um motivo tão óbvio para isto, eu só não suporto mais, desabei, caí, cansei… Não aguento mais e quero dar um fim nisso… As vezes acho que eu estaria melhor a 7 palmos abaixo do chão. Com os olhos fechados, sem sentir mais nada, apenas a paz. Sem ter de enfrentar a solidão, o coração partido, as brigas de família, a falta de amigos, a dor. Acredito que o mundo não sentiria a minha falta, afinal sou uma pequena partícula nessa imensidão. As pessoas me julgavam por me cortar, mas elas não sabem como é, e sinceramente é muito fácil falar quando não acontece contigo. Ver a pele sendo rasgada, a dor física se tornando maior que a emocional, o sangue escorrendo e a dor tomando conta de ti. Você vê a ferida sarando aos poucos, se tornando algo que eu serei em breve: apenas uma lembrança.  Sabe aquele momento que você olha em todas as direções, vê multidões de pessoas, mas você está sozinho mesmo em meio a multidão? Eu gritava mas ninguém me ouvia, eu chorava e ninguém enxugava minhas lágrimas, nem sequer perguntavam como eu estava, apenas me ignoravam, era como se eu não existisse… Por dias comecei a acreditar que eu fosse só um fantasma perambulando pela terra, sem rumo, sem chão, sem um propósito de vida, e talvez eu fosse mesmo, pois já me sentia morta por dentro. Então tomei essa decisão, sei que muitos irão me julgar, me mandarão ir ao inferno e falar que é drama, que preciso “pensar em quantas pessoas sofrem mais do que eu na vida”, engraçado pensar como os problemas dos outros é sempre maior que o seu. Eu não sei o que vai ser de mim daqui pra frente, não sei para onde vou, eu não sei nem aonde eu estou nesse absoluto momento, é bizarro estar no meu quarto escrevendo isso, como um tipo de despedida, enquanto eu não me sinto parte daqui. Eu por diversas vezes tentei firmar meus pés no chão, cravar os pés na areia, mas sinto o mar me levar, era como se eu estivesse me afogando, procurando terra onde não tinha… Então, talvez tenha chego minha hora. As pessoas vão dizer que não fui forte o suficiente, mas ser forte não significa apenas lutar para sempre, ignorar tudo, ficar de cabeça erguida, suportar todos os tipos de dores. Ser forte também significa saber a hora de desistir, de não lutar mais por algo que não vale a pena ser lutado. Agora minha alma caminha livre, eu me sinto livre, me sinto calma, me sinto finalmente bem. Como meu último pedido, peço que sejam felizes e lutem por aquilo que vocês buscam, pois as minhas forças se esgotaram. As pessoas veem a morte como algo ruim, eu não. Vejo como liberdade, de correntes invisíveis que lhe machucam e prendem nesta dor. Aqui descansa eternamente aquela que nunca soube o real motivo da sua existência, mas que descansa finalmente em paz e livre de seus medos.

Nota: este texto não é uma despedida, não é a minha carta de suicídio. É apenas um texto sem fins significativos para algo especifico, peço que leiam sem interpretar como algo pessoal.



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