13 de out. de 2016

Sobrevivendo ou vivendo? | Piity Manson

Parece que cada dia a dor fica maior. Não conseguir levantar da cama se tornou a minha rotina, não consigo dormir antes das 6h da manhã e acordar só quando o sol está indo embora, ter de fazer um esforço tremendo para conseguir tomar banho todos os dias e se alimentar pelo menos uma vez por dia. Estou me forçando a beber água, a comer, a levantar. Tirando forças de sabe-se lá onde para conseguir isso, pois a dor que isso me causa é enorme, sem explicações. Ver as pessoas me julgando quando eu consigo me arrumar e postar uma foto, dizendo que tudo o que passo e sinta é na realidade mentira, que tudo o que quero é chamar atenção e estar cercada de pessoas, quando na realidade o que a depressão mais me trouxe foi afastamento, não só da minha parte, mas do restante. Eu sinceramente ja perdi a conta de quantas pessoas que se consideravam minhas amigas foram embora sem ao menos tentar entender, quantas pessoas que se julgavam meus amigos me criticaram, riram da minha cara e me abandonaram quando eu mais precisei. E família? Família... É um assunto delicado, por que não sei até que ponto uma pessoa pode ser considerava família, se for apenas laços de sangue então posso me considerar tendo uma, mas se for de importância, de estar presente, de querer me ajudar... Não sei se eu daria a mesma resposta. Os únicos momentos que eu saio do quarto são para ir ao psiquiatra e á psicologa, para dizer as mesmas coisas, desabafar e sair da sala com os mesmos problemas de sempre. Fico me perguntando até que ponto os remédios vão me ajudar, até que ponto é viável continuar aqui sobrevivendo, pois isso que eu vivo não é uma vida. Estar dopada 24h com medicações, trancada em um quarto onde ninguém da a mínima se estou lá ou não, dentro de uma casa que me tratam como se eu fosse uma intrusa e merecesse tudo que acontece comigo, com certos amigos que somem quando tu precisa deles.. Até que momento é valido continuar aqui presente como corpo se dentro de mim não há mais vida?


Imagem: Eu não tenho medo do suicídio, tenho medo do que acontecerá caso eu falhe.

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